André França
Call me, love




Quando consideramos o campo da sexualidade, as imagens que mais frequentemente lembramos envolvem corpos, roupas (objetos colados aos corpos) e a ambiência de espaços de intimidade. Nesta série, trabalho em progresso, investiga-se a presença de marcas da sexualidade em espaços públicos urbanos. Objetos encontrados de pequena ou larga escala, mensagens textuais ou gráficas, edifícios, mensagens publicitárias, desenhos, detritos e restos que derivaram de espaços privados e que surgem mais ou menos deslocados no espaço público, mensagens cuidadosamente criadas e postas a circular para a ativação de desejos.

Como na esfera interna, psíquica, a sexualidade também é reprimida em espaços públicos e a manifestação negociada ou errática de objetos que a ela remetem nestes espaços constitui um circuito intermitente e caótico de endereçamentos que, na experiência do espaço público, ativa conscientemente - às vezes de maneira inesperada - esta nossa dimensão essencial.

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