A Respeito da Existência...
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[English]
As imagens de André França remetem à existência, à relação com o espaço e à percepção do transeunte. Suas séries são permeadas por uma consciência da separação no tempo e no espaço; as fotografias provocam uma sensação de realidade fugaz e abordam a natureza temporal de nossas vidas. Deparamo-nos com um tipo de fotografia muito direta, que França já descreveu como “um pequeno redemoinho de tempo aprisionado”. A memória é um sentido efêmero e as imagens nos transportam de volta para um tempo, não para confirmar algo mas como um lembrete daquilo que não é verdadeiro.
Nunca nos confrontamos com rostos, somente com os vestígios deixados por humanos e pela natureza. Seja em uma fachada coberta de vegetação ou na imagem de um ícone famoso em processo de desaparecimento, França deixa espaço para a interpretação e a emoção. Ele lança questões sobre o tempo e a morte prematura, lares transformados em ruínas e a noção do senso comum sobre estas ações transformadoras. Ele fotografa a uma certa distância para fazer o espectador se sentir como um voyeur, com acesso apenas às informações contidas nas fotografias, como se todo o resto tivesse já se desintegrado.
Frances Jakubek [Tradução do inglês: Carolina Alfaro de Carvalho]
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Um tempo atrás, fui a uma exposição no Annenberg Space for Photography, Beauty CULTure, em Los Angeles, uma cidade e uma cultura renomadas pelas belas mulheres, sejam elas reais ou retocadas. A exposição me fez pensar no trabalho de André França, um fotógrafo brasileiro que criou um projeto chamado Vanishing. À primeira vista, suas fotografias são perturbadoras – imagens de mulheres aparentemente largadas, traumatizadas e neutralizadas, deixadas sem proteção e identificação. Porém, ao mesmo tempo, há uma beleza nesses totens, congelados no tempo e desaparecendo. Como mulher, eu interpreto essa obra de diversas maneiras. Para mim, é sobre perda, sobre se tornar invisível, sobre nossa cultura centrada na juventude e o desejo de reverter o tempo. Na infância, essas bonecas eram modelos para a minha futura feminilidade adulta, oferecendo ideais de moda e beleza, e, ao olhar as imagens de André, sinto que esses totens estão sumindo, congelados no tempo e inacessíveis à interação futura, como se fosse hora de nos afastarmos desses símbolos inalcançáveis da perfeição. Porém, de modo mais importante, a obra também me lembra aquelas que se perderam devido à negligência, ao abuso e ao homicídio. O trabalho é uma poderosa declaração sobre a falta de reverência pelas mulheres em todo o mundo. As fotografias revelam mulheres simplesmente como objetos a serem descartados e dispensados, sem nomes nem rostos, afastados e voltados para baixo. Esta obra provoca um importante debate sobre poder, sexo e controle.
Apresento todas estas interpretações da obra porque André não tem uma declaração sobre o projeto, já que ele prefere que o espectador contribua com suas próprias reações às fotografias. Vanishing me faz ansiar por uma onda de calor, por um derretimento e a libertação dessas almas aprisionadas, mas também me faz querer trabalhar com mais afinco para proteger e honrar as mulheres que não têm voz.
Aline Smithson Texto sobre a série Vanishing (2010). [Tradução do inglês: Carolina Alfaro de Carvalho]
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Alejandra Hernández Muñoz Leia o texto completo sobre a série Vanishing (2010).
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Antonio Marcos Pereira Texto sobre a série Houses and Time (2004).
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