Entrevista para PMS 485 C Maio, 2012 1. Onde e quando você nasceu? Canavieiras, Brasil, 1970.
Salvador (Brasil). Tenho relações familiares em Salvador e a cidade oferece alguns quesitos de qualidade de vida mais interessantes do que em outros grandes centros urbanos do Brasil. E, porque, trabalhando com fotografia contemporânea, com o advento da Internet banda larga e a perfeita adaptação da fotografia a este medium, é possível estar atualizado e integrado à cena internacional morando praticamente em qualquer lugar.
Me parece que, no começo de tudo, já na infância, está uma espécie de amor pela imagem; e, mais tarde, um desejo de participar deste campo, contribuir. Os passos realizados foram o estudo das técnicas da fotografia e, depois, estudos sobre arte e as poéticas da fotografia contemporânea; história, teoria e estética da fotografia.
Não há um único conceito mais importante; tenho me interessado por diferentes linhas de investigação. Me relaciono com a fotografia como um meio de reflexão, que procuro exercer de forma ampla e sem limites estabelecidos. Posso destacar, no entanto, alguns conceitos investigados em séries recentes: a representação da mulher nos veículos midiáticos; valores culturais e simbólicos presentes no mundo da arte; uma dinâmica intimista da existência dos objetos; a associação livre como princípio ordenador das imagens.
Provavelmente para um ponto de equilíbrio entre as abordagens da fotografia encenada (performática, ficcional) e as abordagens de pouca ou menor interferência sobre aquilo que é fotografado. Nos últimos anos temos visto uma grande ascenção e mesmo um forte deslumbramento associado a toda sorte de fotografia encenada. E, na esteira desta moda, ao lado dos bons trabalhos, observamos muitos trabalhos ruins, vazios, artificiais, que procuram aproveitar-se da visibilidade e receptividade que tal abordagem tem experimentado. Creio que, quando aquele equilíbrio for alcançado, perderá importância a atenção dispensada sobre a maneira como a fotografia foi realizada (se encenada ou não) e as pessoas ficarão felizes em relacionar-se com a foto a partir do que ela é e do que ela propõe.
Pensar e problematizar questões do mundo contemporâneo.
A partir de 2011 passei a usar equipamento digital. Observo que isso trouxe uma maior flexibilidade à minha prática.
Mais frequentemente surge em minha mente um conceito ou ideia. A partir daí, estabeleço uma logística e procedimentos para investigar, explorar aquele conceito.
Não.
O meu próximo projeto, sempre.
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